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Anatomia ecológica e crescimento do lenho de Sebastiania commersoniana (Baillon) Smith & Downs, em diferentes condiçoes geomorfológicas e pedológicas da planície do Rio Iguaçu - PR
Pretendeu-se neste trabalho analisar a anatomia do lenho e o crescimento de Sebastiania commersoniana (branquilho), visando identificar possíveis respostas desta espécie às condições ecológicas das planícies fluviais. Nestes ambientes, a espécie tem ampla distribuição, graças à sua capacidade de se estabelecer em diversas condições geomorfológicas e pedológicas. Foram avaliadas árvores crescendo em três áreas de duas localidades distintas na planície do rio Iguaçu. Em Guajuvira, município da Lapa-PR, foram coletadas árvores em Gleissolo Melânico e Neossolo Flúvico, e em Engenheiro Bley, Araucária-PR, árvores em um Depósito Psamítico, todas em superfícies de agradação. Essa espécie possui anéis de crescimento visíveis, porém, eventualmente, pouco distintos à olho nu. Estes são marcados pelo achatamento radial e espessamento das paredes das fibras no lenho tardio. Quanto à anatomia do lenho, S. commersoniana possui diversas características que devem ter valor adaptativo nos ambientes dinâmicos das planícies fluviais, como o desenvolvimento de lenho de tensão, a presença de células perfuradas de raio, mecanismos de compartimentação de injúrias e a grande quantidade de amido armazenado nas células parenquimáticas. Além disso, constataram-se diferenças entre as áreas amostradas, para quase todas as características anatômicas avaliadas. Em geral, ocorre a formação de elementos de vaso de menor dimensão em Gleissolo Melânico, provavelmente em função da maior hidromorfia desta unidade, que pode estar interferindo na absorção de água pelas raízes, levando à formação de um xilema secundário com menor capacidade de condução, porém mais seguro contra a cavitação. Em Neossolo Flúvico ocorre o oposto, provavelmente devido às condições mais favoráveis ao crescimento das árvores neste solo. No Depósito Psamítico, área com menor capacidade de retenção de água, ocorre uma situação intermediária entre aquelas observadas para as demais áreas amostradas. Estas respostas confirmam a grande plasticidade ecológica de S. commersoniana, demonstrando o seu potencial como bioindicadora das condições ambientais nas planícies fluviais onde ocorre
Ecologia do lenho de 19 espécies nativas do estado do Paraná
Orientador : Prof. Dr. Yoshiko Saito KuniyoshiCoorientadores: Prof. Dr. Paulo César Botosso, Prof. Dr. Franklin GalvãoTese (doutorado) - Universidade Federal do Paraná, Setor de Ciências Agrárias, Programa de Pós-Graduação em Engenharia Florestal. Defesa: Curitiba, 31/08/2012Bibliografia: fls. 48-55Área de concentração : Conservação da naturezaResumo: As relações ecológicas entre os elementos anatômicos da madeira e o ambiente foram objeto deste estudo, no qual foi analisado o lenho de espécies arbóreas nativas do estado do Paraná, considerando as características ecológicas dos ambientes em que estas ocorrem. Foram amostradas 19 espécies, de 14 famílias, em remanescentes de Florestas Ombrófilas Densa e Mista. Algumas das espécies têm considerável plasticidade ecológica (generalistas), enquanto outras são especialistas de nichos relativamente restritos, como as que ocorrem predominantemente em solos hidromórficos (hidrófilas), em ambientes altomontanos e/ou na planície litorânea. Para análise intra-específica, foram amostradas 16 árvores de Calophyllum brasiliense e 11 de Tapirira guianensis, em duas unidades pedológicas: Organossolo (O) e Espodossolo (E), e 13 indivíduos de Ilex theezans em Espodossolos (não-hidromórfico e hidromórfico), na planície litorânea paranaense. Também foram amostradas 21 árvores de Sebastiania commersoniana, em três unidades pedológicas (Depósito psamítico, Neossolo Flúvico e Gleissolo Melânico), na planície do rio Iguaçu. As amostras de madeira foram coletadas com sonda de incremento Pressler, com 12 mm de diâmetro, a 1,30 m acima do solo. Foram preparadas lâminas histológicas e material dissociado. Foram analisados o diâmetro (DV), a freqüência (FV) e o agrupamento de vasos (AGV); a porcentagem de área do xilema ocupada por vasos (%AV); o comprimento de elementos de vaso (CEV); o comprimento (CF) e a largura das fibras (LF); a espessura da parede das fibras (EPF); a altura (AR) e a largura dos raios (LR), e calculados os índices de vulnerabilidade (VN) e mesomorfia (MS). Os dados foram submetidos à analise de componentes principais e análise de agrupamento. Para a comparação de médias utilizaram-se os testes "t" e Duncan. Entre as espécies estudadas, predomina a ocorrência de porosidade difusa, com camadas de crescimento distintas, principalmente marcadas pelo achatamento radial das fibras e espessamento de suas paredes. Em algumas espécies notou-se a tendência de formação de porosidade em anel semicircular, com variações no diâmetro e na frequência de vasos no lenho inicial e/ou tardio. Considerando a análise de componentes principais (ACP), 72% da variação nos dados é explicada pelos três primeiros eixos. Nota-se que as variações nas características das fibras (CF, LF e EPF) e dos vasos (DV e FV) tendem a ser ortogonais, considerando os dois primeiros eixos da ACP. Portanto, em termos funcionais, pode-se admitir que o primeiro eixo relaciona-se aos fatores biomecânicos do xilema secundário, e o segundo e terceiro eixos aos aspectos mais diretamente ligados à condução hídrica. Na análise de agrupamento, formaram-se dois grupos principais: o primeiro com as espécies que ocorrem principalmente nos solos não-hidromórficos da Floresta Ombrófila Densa das Terras Baixas, e/ou na Floresta Ombrófila Densa Altomontana e o segundo grupo com as espécies de solos hidromóficos da Formação Pioneira Fluvio-lacustre e da Floresta Ombrófila Mista Aluvial. Na análise intra-específica foram identificados diferentes padrões de variação das características anatômicas nas espécies estudadas. Os resultados são discutidos com base na literatura, considerando as particularidades dos ambientes amostrados e a auto-ecologia das espécies.Abstract: (Ecological wood anatomy of 19 native tree species of Paraná state, Brazil) In order to investigate the ecological relationships between the anatomical elements of the secondary xylem and environment, in this study was evaluated the wood of native tree species from the Paraná state, considering the environmental peculiarities in which they occur. Were sampled 19 species, of 14 families, in dense and mixed rain forests. Some species have great ecological plasticity (generalists), while others are specialists in relatively narrow niches, such as those that occur predominantly in waterlogged soils (hydrophilous), high-montane environments and/or coastal plain. For intraspecific analysis were sampled 16 trees of Calophyllum brasiliense, 11 of Tapirira guianensis, from two soil: Organosol (O) and Spodosol (E) and 13 individuals of Ilex theezans in Spodosols (non-hydromorphic and hydromorphic) in the coastal plain of Paraná state. Were also sampled 21 trees of Sebastiania commersoniana in three soil units (Psamitic Sediment, Melanic Gleysol and Fluvic Neosol) in the Iguaçu river plain. The wood samples were collected with a Pressler increment borer with 12 mm diameter, 1.30 m above the ground. Histological slides were prepared with 18-22 mm thick sections and dissociated material. We analyzed the vessel diameter (DV), vessel frequency (FV), vessel grouping (AV), the percentage of area occupied by the xylem vessels (% AV), the vessel elements length (CEV), the fiber length (CF), the fiber width (LF), the fiber wall thickness (EPF) and the height (AR) and width of the rays (LR). Were calculated the vulnerability (VN) and mesomorphic (MS) index. The data were subjected to principal component analysis (ACP) and cluster analysis. To compare the averages we used the Duncan test and "t" test. Most of studied species have diffuse porosity, with distinct growth layers, especially marked by radial flattening of the fiber walls and walls thickening. In some species it was observed a tendency for semicircular porosity formation, with variations in diameter and frequency of vessels in earlywood and/or latewood. Considering the principal component analysis, 72% of the variation in the data is explained by the first three axes. The variation in fiber (CF, LF, EPF) and vessels (FV, DV) characteristics tend to be orthogonal in the first two axes of the ACP. Therefore, in functional terms, it can be assumed that the first axis is related to biomechanical factors of the secondary xylem, and the second and third axis are more directly related to hydraulic conductance. In cluster analysis, were formed two main groups: the first with the species that occur mainly in non-hydromorphic soils of the Lowland Dense Rain Forest and High-Montane Dense Rain Forest; the second group with the species of hydromorphic soils of the Fluvio-lacustrine Pioneer Formation and Alluvial Mixed Rain Forest. In the intra-specific analysis were identified different patterns of anatomical variation of the studied species. The results are discussed based on the literature, considering the characteristics of the study sites and auto-ecology of the species
EFEITOS DA REGENERAÇÃO FLORESTAL NA CONECTIVIDADE DA PAISAGEM DO ESTADO DE RONDÔNIA, AMAZÔNIA, BRASIL
A manutenção da biodiversidade em ambientes florestais depende da conectividade da paisagem, tal ligação entre os habitats florestais sofrem diretamente com o desmatamento. A restauração da floresta pode proporcionar o retorno da movimentação de indivíduos entre os habitats florestais. Dessa forma, o objetivo deste estudo foi avaliar, por meio de índices de conectividade, a contribuição do aumento das áreas de regeneração florestal na conectividade da paisagem do estado de Rondônia. As imagens utilizadas foram da coleção Landsat. A classificação do solo foi feita na plataforma Google Earth Engine pelo algoritmo Random Forest. Foram calculadas as métricas de conectividade da paisagem, sendo: Índice de Área Conectada Equivalente (ECA) e Diferença de Probabilidade da Conectividade (dPC), ambas calculadas com o software GuidosToolbox. Os resultados revelaram que o estado de Rondônia não apresentou diferenças expressivas com o incremento das áreas de regeneração florestal em ambas as métricas de conectividade da paisagem. O resultado mais notável foi o aumento de importância de conectividade dos nós grandes, fragmentos de grandes dimensões, com o acrescimento das áreas de regeneração. Sendo assim, concluiu-se que as áreas de regeneração florestal contribuíram para a melhoria dos indicadores de conectividade, mas não expressivamente.
Palavras-chave: fragmentação, regeneração, ecologia da paisagem, imagens digitais.
Effects of forest regeneration on landscape connectivity in the state of Rondônia, Amazon, Brazil
ABSTRACT: The maintenance of biodiversity in forest environments depends on landscape connectivity; this linkage between forest habitats is directly affected by deforestation. Forest restoration can facilitate the movement of individuals between forest habitats. Thus, through connectivity indices, this study aimed to evaluate the contribution of increased forest regeneration areas to landscape connectivity in the state of Rondônia. Landsat images were utilized for this analysis. The Random Forest algorithm conducted soil classification on the Google Earth Engine platform. Landscape connectivity metrics were calculated, including the Equivalent Connected Area Index (ECA) and the Connectivity Probability Difference (dPC), both computed with GuidosToolbox software. The results revealed that the state of Rondônia showed no significant disparities with the increase in forest regeneration areas in either landscape connectivity metric. The most notable outcome was the heightened importance of connectivity for large nodes and large-sized fragments with the addition of regeneration areas. Therefore, it was concluded that forest regeneration areas contributed to improving connectivity indicators, albeit not notably.
Keywords: fragmentation; regeneration; landscape ecology; digital image
Influência de Guadua paraguayana Döll sobre a estrutura e a regeneração de um remanescente florestal no alto Tibagi, estado do ParanáInfluence of Guadua paraguayana Döll on the structure and regeneration of a remaining forest at the high
Tão logo detectada a invasão do bambu Guadua paraguayana na planície aluvial do rio Tibagi, Ponta Grossa-PR, buscou-se avaliar, por meio de levantamento fitossociológico e indicadores associados à estrutura e funcionamento de formações florestais, a agressividade e influência da espécie sobre a estrutura e regeneração de um remanescente de Floresta Ombrófila Mista Aluvial. O estudo fitossociológico consistiu na instalação de dezesseis parcelas (50 m²) para inventário dos indivíduos arbóreos com CAP ≥ 15 cm e dezesseis parcelas (4 m²) para estudo da regeneração natural. Os resultados atestam que a presença de G. paraguayana na riqueza de espécies da floresta, mortalidade, número de indivíduos arbóreos, vitalidade dos indivíduos remanescentes, profusão de epífitos vasculares e avasculares, na regeneração natural e incidência de radiação no interior das parcelas, é significativa. Mas, apesar de as alterações provocadas por este bambu comprometerem a dinâmica de regeneração no remanescente, a espécie é apenas um agravante, não a causa da degradação ambiental.Abstract As soon as the bamboo’s invasion was diagnosed in the alluvial floodplain of Tibagi’s river, Ponta Grossa-PR, the study started evaluating, through phytosociological study and indicators associated with the structure and functioning of the forest, the aggression and influence of the bamboo species on the structure and regeneration of a subtropical ombrophilous alluvial forest remnant. The phytosociological study was developed by an installation of sixteen plots (50m²) to inventory all the trees with CBH ≥ 15 cm and sixteen other plots (4m²) for studying the regeneration: individuals with up to 1.30 m high. The results show that the effect of G. paraguayana in species richness, mortality and number of trees, vitality of the remaining trees, abundance of vascular and nonvascular epiphytes, regeneration and in the incidence of radiation inside the plots, is very significant. But even though the changes caused by this bamboo compromise the regeneration dynamics of alluvial formations in the high Tibagi’s areas, the species is only an aggravating and not the cause of environmental degradation
PADRÃO DE DESMATAMENTO NAS PRINCIPAIS RODOVIAS FEDERAIS DA AMAZÔNIA LEGAL
As rodovias da região amazônica constituem um dos principais vetores que impulsionam a ocupação territorial e consequente perda da cobertura florestal. Como forma de monitorar o desflorestamento por corte raso na Amazônia Legal, o Projeto de Monitoramento do Desflorestamento na Amazônia Legal por Satélite (PRODES) tem monitorado desde o ano de 1988 o desflorestamento por corte raso na Amazônia Legal e publicado as taxas anuais de desflorestamento para essa região. Nesse sentido, o objetivo do trabalho foi identificar o padrão de desflorestamento em diferentes faixas de distância das principais rodovias da Amazônia Legal, utilizando dados de desflorestamento acumulados de 1988 a 2017, provenientes do PRODES e disponibilizados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). As maiores taxas de desflorestamento se concentram nos primeiros 250 metros de distância das rodovias. Observa-se que o percentual desflorestado na Amazônia Legal diminui gradativamente com a distância das rodovias, de 52,1% na primeira faixa a 17,8% na última faixa, enquanto a área média dos polígonos aumenta a partir da segunda faixa, de 0,5 km² a 4,3 km². Esse padrão de desflorestamento se mantém o mesmo para os estados. Apenas o estado do Tocantins é uma exceção a esse padrão, pois os percentuais desflorestados permanecem constantes para as 6 primeiras faixas
Leaf Morphological Plasticity of Tree Species from Two Developmental Stages in Araucaria Forest
This study compared the morphological and anatomical variations of the leaves of four shade-tolerant tree species Allophylus edulis (St.-Hil.) Radlk (Sapindaceae), Casearia sylvestris Sw. (Salicaceae), Cupania vernalis Cambess. (Sapindaceae) and Luehea divaricata Mart. (Malvaceae) from a fragment of Araucaria forest in two developmental stages. Morphological and anatomical traits, such as leaf and tissue thickness, leaf area, leaf dry mass, specific leaf area, leaf density and stomata density were measured from 30 leaves of each developmental stage. The phenotypic plasticity index was also calculated for each quantitative trait. The results showed that the four species presented higher mean values for specific leaf area and spongy/palisade parenchyma ratio at young stage, and higher mean values for stomata density, total and palisade parenchyma thickness in the adult stage. The plasticity index demonstrated that L. divricata presented highest plasticity for both the morphological and anatomical traits while A. edulis displayed the lowest plasticity index. The results of this study indicated that the leaves of these species exhibited distinct morphological traits at each stage of development to cope with acting environmental factors
Canagliflozin and renal outcomes in type 2 diabetes and nephropathy
BACKGROUND Type 2 diabetes mellitus is the leading cause of kidney failure worldwide, but few effective long-term treatments are available. In cardiovascular trials of inhibitors of sodium–glucose cotransporter 2 (SGLT2), exploratory results have suggested that such drugs may improve renal outcomes in patients with type 2 diabetes. METHODS In this double-blind, randomized trial, we assigned patients with type 2 diabetes and albuminuric chronic kidney disease to receive canagliflozin, an oral SGLT2 inhibitor, at a dose of 100 mg daily or placebo. All the patients had an estimated glomerular filtration rate (GFR) of 30 to <90 ml per minute per 1.73 m2 of body-surface area and albuminuria (ratio of albumin [mg] to creatinine [g], >300 to 5000) and were treated with renin–angiotensin system blockade. The primary outcome was a composite of end-stage kidney disease (dialysis, transplantation, or a sustained estimated GFR of <15 ml per minute per 1.73 m2), a doubling of the serum creatinine level, or death from renal or cardiovascular causes. Prespecified secondary outcomes were tested hierarchically. RESULTS The trial was stopped early after a planned interim analysis on the recommendation of the data and safety monitoring committee. At that time, 4401 patients had undergone randomization, with a median follow-up of 2.62 years. The relative risk of the primary outcome was 30% lower in the canagliflozin group than in the placebo group, with event rates of 43.2 and 61.2 per 1000 patient-years, respectively (hazard ratio, 0.70; 95% confidence interval [CI], 0.59 to 0.82; P=0.00001). The relative risk of the renal-specific composite of end-stage kidney disease, a doubling of the creatinine level, or death from renal causes was lower by 34% (hazard ratio, 0.66; 95% CI, 0.53 to 0.81; P<0.001), and the relative risk of end-stage kidney disease was lower by 32% (hazard ratio, 0.68; 95% CI, 0.54 to 0.86; P=0.002). The canagliflozin group also had a lower risk of cardiovascular death, myocardial infarction, or stroke (hazard ratio, 0.80; 95% CI, 0.67 to 0.95; P=0.01) and hospitalization for heart failure (hazard ratio, 0.61; 95% CI, 0.47 to 0.80; P<0.001). There were no significant differences in rates of amputation or fracture. CONCLUSIONS In patients with type 2 diabetes and kidney disease, the risk of kidney failure and cardiovascular events was lower in the canagliflozin group than in the placebo group at a median follow-up of 2.62 years
